Santa Lídia

Os apóstolos Silas, Timóteo e Lucas acompanhavam Paulo em sua segunda missão na Europa, quando chegaram em Filipos, uma das principais cidades da Macedônia, que desfrutava de direitos de colônia romana. Ali encontraram uma mulher que lhes foi de grande valor. Eles já haviam passado alí alguns dias na cidade. Mas, Paulo e seus companheiros pensavam em ficar até o sábado, pelo menos. Este era o dia em que os correligionários judeus se reuniriam para as orações. Como Filipos não tinha sinagoga, o local mais provável para este encontro seria as margens do pequeno rio Gangas que passava fora da porta da cidade.

Assim entendendo, ao procurarem o lugar ideal para suas preces, como nos narra São Lucas nos Atos dos apóstolos, capítulo 16, eles foram para lá e começaram a falar com as mulheres que já estavam alí reunidas. Entre elas estava Lídia, uma comerciante de púrpura, nascida em Tiatira, na Ásia. Ela escutava com muita atenção, pois não era pagã idólatra, acreditava em Deus, o que quer dizer que tinha se convertido à fé dos judeus. E o Senhor abrira o seu coração para que aderisse às palavras de Paulo.

Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses e principalmente, dentro da própria família. Isto porque a púrpura, era um corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Na época, o tecido já tingido era chamado de púrpura, e o mais valioso existente. Usado como símbolo de alta posição social era consumido apenas pela elite das cortes. Quando terminou a pregação, Lídia se tornou cristã. Com o seu testemunho, conseguiu converter e batizar toda sua família. Depois disto, ela os convidou: “Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa”. E os forçou a aceitar.

Esta, com certeza, foi a primeira e maior conquista dos primeiros apóstolos de Cristo. A casa de Lídia se tornou a primeira igreja católica no solo europeu. Lídia usou todo o seu prestígio social, sucesso comercial e poder de sua liderança para, junto de outras mulheres, levar para dentro dos lares a palavra de Cristo, difundindo assim a Boa Nova entre os filipenses. A importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.

O culto à Santa Lídia, é uma tradição cristã das mais antigas que a Igreja Católica tem notícia. A sua veneração é respeitada pois seus atos são sinais evidentes de sua santidade. Considerada a padroeira dos tintureiros, Santa Lídia é festejada no dia 03 de agosto.

Lídia, primícia do cristianismo da Europa, natural de Tiatira, cidade da Ásia, era pagã mais "temente a Deus", isto é, uma prosélita da religião hebraica, era judia, em Filipos na Macedônia, onde o Apóstolo Paulo, em companhia de Silas, Timóteo e Lucas, chegou na segunda viagem missionária, entre os anos 50 e 53. Os missionários de Cristo, após terem pisado o solo europeu, aguardaram o Sábado para encontrar os correligionários hebreus em um lugar, na margem do rio, onde presumiam que eles pudessem se reunir (na falta de uma sinagoga) para a oração em comum e a leitura de alguma página da Escritura. "No Sábado – narra São Lucas nos Atos dos Apóstolos – saímos porta afora, às margens do rio, onde supúnhamos que se fizesse oração. Sentados, dirigimos a palavra às mulheres que se haviam reunido. Uma delas, chamada Lídia, negociante de púrpura, da cidade de Tiatira, adoradora de Deus nos escutava. O Senhor lhe abriu o coração, de sorte que ela aderiu às palavras de Paulo". Supõe-se que Lídia fosse abastada e tivesse muita autoridade na família, uma vez que o tecido com que trabalhava era precioso, e seu testemunho foi suficiente para que seus familiares pedissem o batismo, aceitando os missionários em casa como hóspedes bem-vindos. Os missionários de Cristo conseguiram, assim, sua primeira conquista em terra européia: uma mulher, Lídia, protótipo e símbolo de todas as mulheres que trariam entre as paredes de seu lar, a chama da fé em Cristo. A rica comerciante, dócil à graça, havia anteposto os interesses do espírito aos econômicos, abandonando o comércio para recolher-se com outras mulheres na proseuca (lugar de oração), junto às margens do rio Gangas. Lídia, trazida à sua alma pelas palavras do Apóstolo e pela graça batismal, pediu com doce insistência, ou melhor, obrigou os missionários a aceitarem a sua hospitalidade. Dessa maneira, a casa de Lídia tornou-se o primeiro centro comunitário, a primeira igreja na Europa. Para a Igreja de Filipos, talvez, também, por mérito de Lídia, São Paulo teve palavras de comovente ternura, chamando estes Cristo de "caríssimos e desajeitamentos, alegria e coroa". Embora nos falte informação a respeito do culto de Santa Lídia, os sinais da sua santidade são evidentes na sua pronta resposta à graça.