OS SETE PECADOS CAPITAIS

21/04/2016 10:12

Os Sete Pecados Capitais

 

O papa Gregório Magno no século VI instituiu os sete pecados capitais, que são os princípios que ferem a Deus, a você e ao próximo.

 

Explicando cada pecado

Avareza: é o medo de perder algo que possui. Uma pessoa avarenta tem dificuldade de abrir mão do que tem, mesmo que receba algo em troca, tem cuidado com seus pertences como uma pessoa egoísta. Prefere abrir mão do que tem menos valor e preservar o que é mais valioso. Acha que perder algo pode ser um desastre.

Inveja é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egoncentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.

luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer sensual e material. Consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema, lascívia e sensualidade.

Gula é o desejo insaciável, além do necessário, por comidabebida ou intoxicantes. Esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer ter sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.

preguiça pode ser interpretada também como aversão ao trabalho, negligência, indolência, mandriice, morosidade, lentidão, pachorra, moleza, dentre outros. O preguiçoso, conforme o senso comum, é aquele indivíduo avesso a atividades que mobilizem esforço físico ou mental, de modo que lhe é conveniente direcionar a sua vida a fins que não envolvam maiores esforços.

Ira é um intenso sentimento de raivaódiorancor, um conjunto de fortes emoções e vontade de agressão geralmente derivada de causas acumuladas ou traumas. Pode ser visto como uma cólera e um sentimento de vingança, ou seja, uma vontade frequentemente tida como incontrolável dirigida a uma ou mais pessoas por qualquer tipo de ofensa ou insulto.

Soberba é o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais.

 

Os Sete Pecados Capitais segundo São Gregório Magno e São Tomás de Aquino

São João revela-nos, na sua 1ª epístola, a existência de três concupiscências como fonte de todos os pecados, especialmente dos sete pecados capitais: "Tudo o que está no mundo é, ou concupiscência da carne, ou concupiscência dos olhos, ou orgulho da vida" (I Jo 2,16).

Da concupiscência da carne nascem a gula, a luxúria e a preguiça.
Da concupiscência dos olhos nasce a avareza (e também a curiosidade, que não é um pecado capital, mas que pode servir todas as concupiscência).

Do orgulho da vida nascem o orgulho ou amor da vã glória, a inveja e a cólera.

O quadro seguinte pode-nos esclarecer sobre as conseqüências para a alma dos sete pecados capitais e encoraja-nos a fazer "jejum do pecado", que deve necessariamente acompanhar as nossas penitências (oração, jejum, esmola).

I- ORGULHO OU VÃ GLÓRIA
"Paixão que nos leva a sobreestimar e a procurar de modo exagerado a glória".

Gera:

·         Jactância - Coloca-se a si mesmo à frente e dá-se valor por presunção...

·        Afetação das novidade - ou querendo causar admiração e impressionar pelas suas atitudes audaciosas ou rebuscadas (modas, idéias, etc.)

·         Hipocrisia - ou ainda, simulando a posse de certas qualidades, para parecer o que na verdade não é.

·         Obstinação - Distingue-se dos outros pela teimosia do seu espírito...

·         Discórdia - ou pela sua vontade de desacordo, onde os corações deviam estar unidos...

·         Contenção - Impõe-se os outros por palavras duras.

·         Desobediência - manifesta-se desde a insubmissão à revolta.

 

II- INVEJA
"Tristeza com o bem de outrem, porque esse bem é entendido como uma diminuição da sua própria excelência pessoal".

Gera:

·         Cochichos - Procurar rebaixar a glória de alguém falando em segredo.

·         Maledicência - em seguida, fere-se a sua reputação, dizendo abertamente mal.

·         Alegria com o mal de outrem - Se o mal chega a alguém: "É bem feito!".

·         Tristeza pelo seu bem - Inveja-se a pessoa pelos seus bens materiais e espirituais (este último ponto é um pecado contra o Espírito Santo).

·         Rancor pelo próximo - Deseja-se mal ao próximo.

 

III- CÓLERA
"Paixão desregrada que nos leva a vingarmo-nos do que nos ofende".

Gera:

·         Indignação - No coração: irritação ao pensamento de quem nos fez mal...

·         Fúria do espírito - Enche-se o espírito de perturbação para encontrar meio de se vingar.

·         Clamor - Nas palavras, manifesta-se a cólera levantando a voz.

·         Injúria - As palavras tornam-se ultrajes contra o próximo...

·         Blasfémia - Contra Deus, para jurar, clamando vingança.

·         Rixa - a querela passa aos atos: violência física.

 

IV - AVAREZA
"Amor desregrado pelo dinheiro e bens materiais".

Gera:

·         Dureza de coração - Desejo excessivo de conservar o dinheiro; o coração deixa de se abrir às necessidades dos outros.

·         Inquietação - Desejo ecessivo de obter dinheiro, o que leva a cuidados e preocupações exageradas.

·         Violência - Para se apoderar do seu bem, seja abertamente pela força...

·         Embuste - Seja de modo disfarçado pela artimanha - por palavras...

·         Perjúrio - (agravo pelo falso juramento)...

·         Fraude - Por atos.

·         Traição - Violação dos segredos do próximo, com o fim de ganho de dinheiro (Judas).

 

V- GULA
"Procura desordenada do prazer no beber e no comer".

Gera:

·         Estupidez - A inteligência indisposta pelos vapores que sobe à cabeça e que impedem a reflexão, a oração, etc.

·         Alegria vã - A razão perde a sua ascendência sobre a vontade; já não manda, porque " o vinho faz crer que tudo é bem estar e felicidade".

·         Loquacidade - Desordem nas palavras: "a língua agita-se a torto e a direito".

·         Palhaçada - Desordem dos gestos: "tudo é bom para rir".

·         Impureza - Desordem do corpo: a falta de asseio, falta de reserva e todas as espécies de excessos.

 

VI- PREGUIÇA
"Procura desordenada do repouso e do prazer em nada fazer, negligenciando o seu bem espiritual".

Gera:

·         Desespero - Renuncia ao fim que o faz triste, o bem divino.

·         Pusilanimidade - Falta de coragem em relação aos meios de perfeição, que parecem muito penosos.

·         Indolência - os mandamentos comuns a todos são uma fonte de tristeza e são negligênciados.

·         Rancor - Ressentimento contra aqueles que nos querem conduzir a caminhos mais perfeitos.

·         Malícia - Desprezo pelos próprios bens espirituais.

·         Desvio para as coisas interditas - Procura de outros bens interditos, para preencher o vazio afetivo.

 

VII- LUXÚRIA
"Procura desordenada do prazer da carne".

Gera:

·         Cegueira

·         Precipitação

·         Inconsideração

·         Inconstância - As quatro atingem a inteligência:
1)- Apreensão: "O amor é cego".
2)- Deliberação: Sem auto-controle, não existe reflexão.
3)- Julgamento: Erro, ilusão, decisões inflexíveis.
4)- Resolução: Indecisão, tergiversações.

·         Egoísmo - Duas desordens da vontade:
1)- Escolha do fim: "Quero o meu prazer, ainda que desordenado...

·         Aversão a Deus - ...mesmo que Deus mo proíba..."

·         Amor da vida presente e horror da vida futura
2)- Escolha dos meios: "Nada me interessa mais do que as alegrias da vida presente!".

 

 

 

Para todos esses males, Deus nos oferece a graça de praticarmos as 7 virtudes contrárias aos sete pecados capitais.

 

Ordenadas em ordem crescente de santicidade, as sete virtudes sagradas são:

·         Castidade  (Latim castitate) - opõe luxúria

Auto-satisfação, simplicidade. Abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento através de educação e melhorias.

·         Generosidade (Latim, liberalis) - opõe avareza

Despreendimento, largueza. Dar sem esperar receber, uma notabilidade de pensamentos ou ações.

·         Temperança (Latim temperantia) - opõe gula

Auto-controle, moderação, temperança. Constante demonstração de uma prática de abstenção.

·         Diligência (Latim diligentia) - opõe preguiça

Presteza, ética, decisão, concisão e objetividade. Ações e trabalhos integrados com as próprias crenças.

·         Paciência (Latim, patientia) - opõe ira

Serenidade, paz. Resistência a influências externas e moderação da própria vontade.

·         Caridade (Latim, humanitas) - opõe inveja

Auto-satisfação. Compaixão, amizade e simpatia sem causar prejuízos.

·         Humildade (Latim, humilitas) - opõe soberba

Modéstia. Comportamento de total respeito ao próximo.

 

Agora vamos entender melhor sobre cada uma dessas Virtudes:

 

Castidade: é o comportamento voluntário de abstinência de prazeres e de prática de atos sexuais, seja por motivos religiosos ou sociais. Teologicamente diz-se que modera o prazer vinculado à propagação da espécie[1]

Castidade diz respeito aos prazeres sensuais, e nisso já se acha outra fonte de constantes equívocos. Pois sensual não é necessariamente o mesmo que sexual, embora possa haver conexão entre ambos. Sensual é tudo aquilo que diz respeito aos sentidos (os cinco clássicos ou tantos quantos possam ser identificados).

Assim, ao se falar que "castidade é abstinência total dos prazeres sensuais (sendo isso um compromisso ou voto de castidade), é preciso ter em mente o significado preciso de "sensualidade", muito embora, a compreensão esperada e sugerida, na maioria das vezes, seja de sensualidade no sentido de atributo de atração sexual.

 

Generosidade: é a virtude em que a pessoa ou o animal tem quando acrescenta algo ao próximo. Generosidade se aplica também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso as fará bem, tanto quanto aquela pessoa que dividirá um tempo agradável para outros sem a necessidade de receber algo em troca.

 

A temperança: é uma das virtudes ditas universais, uma dais quais propostas pelo cristianismo.

Temperança significa equilibrar, colocar sob limites, "moderar a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporcionar o equilíbrio no uso dos bens criados" (CCIC, n. 383). Essa virtude serve para controlar o pecado da gula. É também uma das 4 virtudes cardinais.

Diligência: em ética, é a virtude humana de seguir um objetivo de vida, conquista ou qualquer tipo de princípio por meios convencionais até chegar ao fim do objetivo. É também uma das sete virtudes do Cristianismo.

A palavra diligência vem do verbo latino diligere, que significa amar; diligens (diligente) significa aquele que ama. Remédio para a preguiça, a virtude da diligência consiste no carinho, alegria e prontidão (diferente de pressa) com que pensamos no bem e nos dispomos a realizá-lo da melhor forma possível.

Paciência: é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que você irá conseguir o que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido , capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade.

Caridade: é uma das virtudes teologais e uma das sete virtudes. Tem o mesmo significado que o Ágape.

É um sentimento que pode ter dois sentidos, o sentimento para si mesmo, e ao próximo.

O Cristianismo afirma que a caridade é o "amar ao próximo como a si mesmo". E afirma que se uma pessoa não se amar adulterando e mentindo à si mesma sobre as coisas que a rodeia, defendendo somente o seu ponto de vista sem pensar no ponto de vista divino, pode estar "amando" o seu próximo, mas da sua maneira, pois quanto mais buscar o esclarecimento divino sobre como amar à si mesma, maior poderá ser o amor desta pessoa pelo seu próximo.

E afirma que nos dias actuais muitos estão buscando a Cristo, mas da sua "maneira", não procurando arrepender de suas acções, pois em si mesmos não acham culpa alguma, pois defendem os seus próprios pontos de vista. Esquecem-se que o salário de pecado é a morte, e quem não se ama (caridade) peca, pois quem exerce a caridade, não peca, pois acaba amando à Deus mais do que a si mesma, ouvindo assim a sua voz e colocando em prática a Verdade que recebe. Dizendo, que quem ama a Cristo, confirma também o Senhorio de Cristo sobre a si mesma, abandonando tudo por Ele, pois um Servo abandona tudo pelo seu Senhor, vivendo somente para ele.

Aliás, Jesus Cristo ordenou: "Amar a Deus sobre todas as coisas", isto para os cristãos constitui a parte fundamental da caridade.

Quem tem o amor, prova, não somente com palavras mas sim com acções. Abrindo mão dos costumes dos gentios por amar a Deus sobre todas as coisas, seguindo a sua voz e os seus mandamentos.

Resumindo e usando as palavras do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, "a caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei. A caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14) e o fundamento das outras virtudes, que ela anima, inspira e ordena: sem ela «não sou nada» e «nada me aproveita» (1 Cor 13,1-3)" [1].

Humildade: vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.

Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde, quem se vangloria da sua mostra simplesmente que lhe falta.

Por humilde também se pode entender a personalidade que assume seus deveres, obrigações, erros e culpas sem resistência. Assim, se pode dizer que a pessoa ou indivíduo "assume humildemente".