Santa Margarida de Antioquia

Margarida nasceu no ano 275 na Antioquia de Pisidia, (hoje, Turquia) uma florescente cidade da Ásia Menor. Órfã de mãe desde pequena e filha de um sacerdote pagão e idólatra, Margarida tinha tudo para jamais se aproximar de Deus, se "algo" não acontecesse. E algo divino aconteceu: o pai acabou confiando sua educação a uma enfermeira extremamente católica e a vida de Margarida enveredou por outro caminho. Caminho que a levaria à santidade.

 

Converteu-se e foi batizada. Cresceu inteligente e muito dedicada às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não ia aos cultos ou mesmo ao templo pagão, para participar dos sacrifícios aos deuses, sem suspeitar que, à noite, ela participava de cultos cristãos. Como não podia sequer imaginar tal fato, alguém tratou de abrir seus olhos. O prefeito, Olybrius, que havia se encantado com a sua beleza e a queria possuir como esposa ou como amante, não conseguindo conquistá-la, pois ela já havia sido conquistada por Nosso Senhor, denunciou-a a seu pai. Este por sua vez, quis forçá-la a oferecer sacrifícios aos ídolos e lhe foi exigido que abandonasse o cristianismo. Como ela se recusou, primeiro lhe impôs um severo castigo, mandando a jovem para o campo trabalhar ao lado dos escravos. Foi expulsa de casa pelo pai e se tornou pastora de um rebanho de ovelhas. Como nem à força, fazia a filha mudar de idéia. Entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo "crime de ser cristã".

 

O martírio da jovem Margarida foi tão terrível e de resultados tão fantásticos, que se tornou uma das paginas da tradição cristã mais transmitidas através dos séculos. O certo foi que, primeiro, ela foi levada à presença do juiz e prefeito e diante dele se negou a abandonar a fé cristã. Foram horas de pressão e tortura psicológicas que, por fim, viraram tortura física. Não renunciou e foi atirada no calabouço para ser mais tarde martirizada. No dia seguinte, eles a tentaram matá-la em um grande caldeirão, mas ela cantava hinos a Jesus e nenhuma queimadura ou dor ocorria com ela dentro do caldeirão com água e depois com óleo fervendo. Diz a tradição que a grande multidão que presenciava este martírio, se converteu. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os carrascos protestaram contra a pena decretada.

 

No dia seguinte, ela apareceu sem o menor sinal de sofrimento à frente do governante. Este, irado com o estranho fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente a comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava sofrer. Diz a tradição, que Margarida teria sido visitada no cárcere por Satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas, Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. Ela foi então, jogada nas águas de um rio gelado. Quando saiu de lá viva com as correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito enfurecido mandou que a decapitassem. Diz a tradição que o seu executor caiu morto ao seu lado.

 

Ela morreu no dia 20 de julho de 290, com a idade de quinze anos. O seu corpo foi recolhido e levado para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a ser venerada em todo o Oriente. No século X foi trasladado para a Itália e desde então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. De tal modo, que Santa Margarida foi incluída entre os "Catorze Santos Auxiliadores", aos quais o povo cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difícieis. Santa Margarida e solicitada para proteger as grávidas dos partos difíceis.